Em pouco tempo os números se tornaram um dos maiores
componentes para a análise de desempenho no futebol. Esta evolução já havia se
tornado evidente na Europa e principalmente em outros esportes (Beisebol,
Basquete, Futebol Americano, etc), porém no Brasil a maioria dos apaixonados
por futebol só passou à prestar mais atenção na análise quantitativa em 2014,
após a Copa do Mundo. Neste ano, muito falou-se em análise de desempenho,
principalmente em relação à campeã do torneio, Alemanha.
Os grandes clubes brasileiros passaram à investir mais na
análise de dados e desempenho (aumentando a infraestrutura, adquirindo
softwares, etc.), e em pouco tempo até os clubes menores passar à ter ao menos
1 analista de desempenho em suas comissões. Softwares e sites (mais acessíveis
ou mais caros) oferecem um oceano de dados instantaneamente. Cabe à todos
aqueles que gostam de utilizar estes dados (inclusive eu), à contextualizar os
dados e atribuir um significado aos valores: só assim podemos transformar estes
dados em INFORMAÇÃO.
Obviamente que é melhor saber que a posse do City de
Guardiola é de 65%, do que só imaginar ou supor que a posse é elevada. Porém
dependendo da ótica utilizada (mais complexa ou mais objetiva), este simples
percentual não nos dirá nada.
Ou seja: não temos o modo correto ou incorreto de se
analisar os números, o que acontece é que existem perspectivas e abordagens
distintas.
Quando nos propusermos à fazer um estudo pormenorizado de
uma equipe (própria ou adversária), devemos nos perguntar: “O que este dado
pode me fornecer de informação?”, “O que este número significa?”.
Uma equipe pode atingir a marca de 65% de posse, mas ter
menos que 400 passes por jogo e ter apenas 3 finalizações efetuadas em média.
Isso significa que a equipe retém a bola e seus jogadores optam por carrega-la
ao invés de trocar passes. Além disso, a equipe apresenta um volume ofensivo
desproporcional à posse. Equipe apresenta dificuldades em criar chances de gol
(construção ofensiva – falta profundidade).
Ou seja mesmo que mais de uma equipe tenha 65% de posse,
eles podem apresentar padrões completamente distintos de desempenho. Enquanto
que o City de Guardiola, com os seus 65% de posse, troca mais de 600 passes e
efetua mais de 15 finalizações em direção ao gol adversário, esta outra equipe
nem se aproxima nos quesitos circulação de bola e volume ofensivo.
Pensando nisso, resolvemos propor para debate, alguns
indicadores de desempenho atrelados à conceitos. Todos os indicadores aqui
propostos, são derivados daqueles dados básicos que temos acesso no Whoscored
ou Footstats, por exemplo.
-
Indicadores da Fase Ofensiva
-
Circulação de Bola: Qual a frequência das trocas de passes das equipes?
-
Volume Ofensivo: Qual a frequência das
finalizações em relação à posse da equipe?
- Profundidade: Qual
o % das finalizações de dentro da área da equipe?
- Aproximação
Associativa: Qual o % de passes curtos das equipes?
-
Indicadores da Fase Defensiva
- Solidez Defensiva: Qual a frequência de finalizações sofridas por minuto sem
posse?
- Perde-Pressiona: Qual
a frequência da tentativa de desarmes por minuto sem posse?
-
Indicadores de Modelo de Jogo
-
Jogo Direto: Minutos de posse por duelos
aéreos;
- Jogo
Trabalhado/Verticalidade: Passes por finalização;
FONTES DE REFERÊNCIA E INSPIRAÇÕES
·
Eduardo Cecconi – Analista de
Desempenho (Link)
·
Projeto
Footure – Podcast The Pitch Invaders, Ep. 76 (Link)
·
Livro – A Síndrome do Palheiro (Elyahu
Goldratt)
·
Livro – Moneyball (Michael Lewis)
·
Livro – Os Números do Jogo (Chris
Andersen e David Sally)
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