quinta-feira, 16 de novembro de 2017

ANÁLISE DE TREINADOR - Por quê Roger Machado é a melhor opção para o Inter ?


  O Internacional vem de 2 das piores temporadas da história do clube. Desde 2015 até o momento, já passaram 7 treinadores pelo clube. Todos treinadores com características diferentes entre si e com propostas de jogo distintas. Ou seja, não há continuidade nos trabalhos do Inter.

  A gestão do clube, está sem convicção e não demonstra nenhum tipo de planejamento à longo prazo para dentro das quatro linhas.

  Dentro deste cenário, o clube está sondando e negociando a contratação de um treinador para a próxima temporada. A dúvida fica entre Abel Braga ou Roger Machado.

  Muito mais complexo do que avaliar a geração do treinador, devemos tentar compreender o que cada treinador pode agregar à equipe. Qual é o rendimento que determinado treinador pode trazer para equipe partindo das características do elenco? Quais os recursos táticos de cada treinador? Qual a proposta/estilo de jogo que o treinador traz para suas equipes? Qual o legado que o treinador pode deixar ao clube?

 Para responder estas questões, creio que a melhor opção para o Inter seja o técnico Roger Machado, e irei justificar minha resposta:



  • DOMÍNIO DE CONCEITOS E METODOLOGIAS ATUALIZADAS

 Roger tem em suas principais características, o fato de ser muito estudioso. Ele "consome" livros e artigos sobre futebol com muita frequência. Isso não quer dizer que ele dará certo em qualquer clube, mas pelo menos demonstra que o treinador busca estar sempre atualizando seu conhecimento analítico do futebol, e isso pode ser muito útil para desenvolver um futebol mais adequado ao seu elenco.

 Veja um pouco do seu pensamento, neste vídeo:




  • BONS TRABALHOS DESENVOLVIDOS




  • BUSCA PELA MELHORIA CONTÍNUA DE RENDIMENTO E TRABALHO NA FILOSOFIA DE JOGO DA EQUIPE

  Roger Machado é um dos treinadores que gostam muito de trabalhar na filosofia de jogo. Como discípulo de Tite, Roger preza muito pelo desempenho de sua equipe e trata o resultado como consequência ao nível de atuações.
  Por ter tido mais tempo no Grêmio, Roger conseguiu implantar, desenvolver e estruturar este tipo de filosofia na equipe gremista. 
  Obviamente que o trabalho de Renato Gaúcho é autoral e ele tem muitos méritos pela ótima fase do Grêmio atual (campeão da Copa do Brasil 2016, finalista da Libertadores 2017 e vice-líder do Brasileirão 2017), mas com toda certeza, o conhecimento que os jogadores absorveram de Roger foram muito importantes também.
  Roger deixou de legado, um jogo apoiado, com passes rápidos e muitas infiltrações. Renato teve mérito de não desconstruir este legado e aprimorou a equipe. 

  Em 2015, a equipe do Grêmio realizou uma excelente partida contra o Atlético-MG no Mineirão, onde venceu por 2x0, com uma atuação luxuosa. No primeiro gol do jogo, temos uma aula prática de como Roger gosta de priorizar sua construção ofensiva.






  • PROJEÇÃO DE COMO ROGER PODE INICIAR A MONTAGEM DO MODELO DE JOGO DO INTER PARA 2018
    • Roger preza muito pela saída de trás, com a bola no chão e construção ofensiva desde a defesa. Para isso, o treinador terá muito trabalho no Inter, pois a equipe carece de laterais que possam dar esta sustentação e não possui um 2º volante distribuidor de bolas, como ele possuía no Atlético-MG (Rafael Carioca) ou no Grêmio (Maicon);

    • Laterais dando muito apoio ofensivo, nas ações do terço-final. Winck e Uendel apresentam sérios problemas para concluir as jogadas próximas à linha de fundo. Winck tende à puxar para o meio para finalizar e se precipita muito em suas ações. Já Uendel realiza boas triangulações e joga bem na faixa central do campo (podendo atuar como volante), mas possui um baixo aproveitamento em cruzamentos (menor que 20%).

    • Meia-central com liberdade para flutuar em todas as zonas do campo, pisando muito na área. No Grêmio, Douglas distribuía muito bem o jogo e ditava o ritmo da equipe. No Atlético-MG, na maioria das vezes esta função ficava à cargo de Cazares, porém ele exercia esta função de modo mais agudo e vertical do que Douglas, até porque o equatoriano possui muita velocidade e vitória pessoal.

    • Profundidade no ataque com centroavante móvel. No Grêmio, Luan era esta peça-chave. Atuando como falso 9, jogando entrelinhas e arrastando a marcação para Douglas pisar na área.



      •  PLATAFORMA PADRÃO: 4-2-3-1 
      • VARIAÇÃO DEFENSIVA: 4-4-1-1


 
D'Alessandro centralizado no meio campo, sem muitas atribuições defensivas. Com liberdade para infiltrar juntamente com Damião, que se movimentará bastante, inclusive caindo para as pontas. Pottker e Nico como extremas no meio campo, darão a amplitude ofensiva e darão a intensidade (velocidade para atacar espaços) suficiente para a equipe. Dourado deverá trabalhar cada vez mais sua saída de jogo, para qualificar seu passe, principalmente seus passes verticais. O segundo volante (camisa 8), é onde vejo que a equipe colorada precisa investir com maior urgência. Ele terá a função de apoiar ao lado de D'Alessandro, em algumas situações e irá distribuir a bola no meio campo, orientando por onde a equipe irá iniciar as investidas. 

Ofensivamente, o 4231 irá proporcionar muitas combinações de triangulações ofensivas, principalmente contando com a mobilidade de D'Ale e Damião. Dourado e o 2º volante, poderão revezar suas subidas (assim como Walace e Maicon), porém esta função será na maioria das vezes atribuída ao camisa 8. 
A vantagem de puxar Edenilson para lateral (sua função de origem), é de possibilitar internalizar o jogo. Uendel e Edenilson possuem noção de como atuar pela faixa central, e muitas vezes isso será útil, para criar superioridade numérica nas construções pelo meio.

Marcação zonal em 2 linhas de 4, treinando muito bem o balanço defensivo. Neste fase, D'Alessandro e Damião podem preservados da recomposição. D'Ale fica na sobra, no centro de campo, para armar contra-ataques ou lançar no vazio para a projeção de Damião.



 Enfim, muito mais do que ver o Inter voltar à conquistar títulos importantes, precisamos que o Inter restabeleça um nível de rendimento aceitável para sua grandeza. As boas atuações coloradas nos últimos anos, são pontuais e muito resumidas por uma atuação individual. 
 O jogo coletivo, associativo e apoiado do Roger, poderá otimizar o desempenho do Inter no ano da volta para a elite.

 Mas de nada adianta, trazer um treinador com todas as ferramentas necessárias, se a gestão continuar cometendo deslizes amadores. Nada adiantará contratar Roger, para demiti-lo nas primeiras 5 rodadas do Brasileirão. Esta mudança e ruptura que o Inter necessita, se assemelha aos cases do Grêmio de Mano (2006-2007) e do Corinthians de Mano-Tite (2008-2015). Projetos que precisam de tempo para se consolidar, mas que irão trazer frutos em um médio-longo prazo.






















Um comentário:

  1. Porque Roger Machado em momento algum seria o treinador ideal para o inter?
    Todo torcedor gostaria de ter os melhores em sua equipe, e hoje Roger Machado é um dos melhores treinadores do Brasil. Seu trabalho se tornou conhecido quando assumiu um Grêmio, onde o maior treinador de sua história havia "jogado a toalha" por considerar o elenco de qualidade limitada, e Roger mudou totalmente aquela equipe (com os mesmos atletas tão criticados outrora).Seu trabalho no Grêmio foi interrompido for falta de resultados, algo tradicional no futebol brasileiro, mas podemos afirmar que o Grêmio de hoje, só apresenta toda esta qualidade, boa parte é herança do trabalho de Roger (não estou excluindo os méritos de Renato de forma alguma).
    Mas o porquê de ele não dar certo no Inter é simples:
    O Inter é um PÉSSIMO time defensivamente, e Roger é um treinador com orientação ofensiva, e seu principal defeito no Grêmio foi justamente o problema que o Internacional tenta resolver.
    O problema do Inter é maior do que apenas substituir atletas de má qualidade, até porque possui bons jogadores. O conjunto que acaba por ser o problema do Inter.
    Além dos zagueiros, o único jogador que possui vocação a marcar é o Dourado. Os laterais tem vocação ofensiva e deixam espaços, Edenilson de volante tem apenas o nome, é praticamente um meia avançado e não participa da marcação. Os alas que deveriam cobrir o avanço dos laterais adversários, não costumam acompanhar a marcação. Todas estas pequenas coisas sobrecarregam o sistema defensivo, e os únicos lembrados são os zagueiros. Cuesta é bom zagueiro, falta um companheiro. O inter possui 3 zagueiros medianos, mas que servem para grupo, que são Ernando, Ortiz e Klaus. Mas nenhum é excepcional e tampouco merece a titularidade.
    Voltando a Roger, um treinador com pouca experiência enfrentar um jogador complicado como D'alessandro seria algo desnecessário. Falta uma reformulação no elenco do Inter. Não apenas colocar jogadores no time, mas verificar as fraquezas e fazer reposições pontuais. Somente Roger Machado, sem suporte (que a direção já provou que não daria), seria uma contratação equivocada para ambas partes, um atraso na carreira do treinador (que também "se queimaria" com a torcida do Grêmio) e um atraso na evolução de futebol do Inter.

    ResponderExcluir