Para à época, já se tratava de uma transferência histórica, pois Andrés Nicolás D’Alessandro desde cedo era tratado como uma das joias argentinas e surgiu de modo arrasador no River Plate no início dos anos 2000.
O pesado investimento colorado vestiu primeiramente a camisa 15 (pois a 10 estava destinada à Alex, na época) e logo em sua estreia sentiu o gosto de participar em um Gre-Nal no Beira-Rio.
De modo quase instantâneo, se tornou ídolo da torcida... em seus 10 primeiros jogos, marcou 2 gols, distribuiu 4 assistências, 2 pré-assistências e participou da jogada de mais 2 gols... totalizando 10 participação em gols totais (1 participação por jogo).
Dentre estes jogos, está o famoso Gre-Nal do dia 28/09/2008, no qual o Inter goleou seu rival por 4x1... D’Ale marcou um golaço e distribuiu 3 assistências. Uma das maiores atuações individuais da história dos clássicos grenais.
O título continental conquistado no final daquele seu primeiro ano no Inter, serviram para indicar o quão glorioso este casamento seria para ambas as partes.
O Inter fez bem à Andrés, pois além de ter sido o clube no qual D’Alessandro mais atuou, foi também o clube que lhe deu mais títulos e lhe devolveu a oportunidade de brigar por uma vaga na seleção argentina.
Porém a reciprocidade é verdadeira, uma vez que D’Ale entregou muito ao Inter, desde gols, assistências, dribles, lançamentos, gols de falta, lances plásticos, títulos, entrevistas pesadas e muita, mas muita entrega vestindo a camisa alvi-rubra.
- Um dos atletas que mais vestiu a camisa colorada (ao lado de Valdomiro, Luis Carlos Winck, Gainete, etc)
- Um dos maiores camisas 10 da história colorada (que têm Carpegiani, Ruben Paz, Daniel Carvalho e Iarley).
- Um dos maiores capitães que o Inter já teve (no qual estão Figueroa, Dunga e Fernandão).
- Um dos maiores jogadores que vestiu a camisa colorada (ao lado de Tesourinha, Figueroa, Falcão e Fernandão).
Estes são apenas alguns fatos sobre a história de D’Alessandro com a camisa colorada.
Para ilustrar de modo mais preciso a grandeza de D’Ale, veremos em números, as conquistas dele pelo Inter e suas estatísticas de jogo:
12 títulos que conquistou, além de 22 destaques individuais. Números gigantescos para qualquer atleta em 10 anos.
Após o breve hiato de 2016, no qual D’Ale rumou para empréstimo ao River (após conflitos com a direção colorada daquele período), D’Alessandro voltou para o Inter em 2017 em uma das piores fases do clube, para disputar a segunda divisão do campeonato brasileiro.
Em um cenário caótico, recheados de atuações coletivas apagadas, D’Ale foi o nome individual de maior destaque e fez a temporada com maior número de assistências de sua carreira. Mesmo tendo 36 anos e tido para muitos como “fim de carreira”, D’Alessandro surpreendeu até os mais críticos e teve um desempenho superior ao longo de toda temporada.
Óbvio que com o passar dos anos, a agilidade e as condições físicas não são mais as mesmas, porém seu espírito de liderança e técnica continuam apurados. A tendência é que cada vez mais D’Ale seja utilizado de modo mais seletivo e isso pode ser muito positivo para que ele consiga render ao máximo enquanto estiver em campo.
Atualizado até o dia 30/07/2018
• Partidas com 2 gols marcados: 7
• Partidas com 3 assistências: 4
• Partidas com 2 assistências: 10
• Partidas com 2 pré-assistências: 6
• Partidas com 3 ou mais participações em gols: 19
Além de seu poder de decisão e da quantidade de faixas no peito, talvez o fator que mais tenha contribuído para que o argentino tenha se tornado lenda no Beira-Rio, está no seu desempenho individual em clássicos. Em 31 jogos, foram 14 vitórias (somente 7 derrotas), com 9 gols marcados, 7 assistências e 7 pré-assistências, totalizando 23 participações em gols. Ou seja, D’Alessandro foi responsável direto por 48% dos gols marcados nos clássicos que disputou.
Desde sua primeira partida (13/08/2008) até sua mais recente (26/07/2018), inúmeros atletas das mais diversas gerações atuaram pelo Inter, porém somente 1 está completando 10 anos pelo Colorado, e se chama Andrés Nicolás D’Alessandro.
Nenhum jogador consegue ser unanimidade, porém mesmo diante de tudo que D’Ale já entregou ao Inter e de todos estes números apresentados, existem aqueles que não valorizam o camisa 10 colorado.
Independente da opinião pessoal de cada um (que deve ser respeitada) ou do clube de coração, devemos reconhecer a grandeza deste argentino, com cidadania porto-alegrense, sanguíneo e de bom coração, que tanto dentro quanto fora das quatro linhas, entregou muitos feitos relevantes em sua brilhante carreira.
Eu como colorado, que aos 14 anos comemorou sua contratação como um título e que vibrou com cada lance seu vestindo a camisa vermelha como se fosse um gol marcado, sou grato por tudo que você conquistou para o Inter e por todas alegrias que você entregou aos colorados.
Sei que devemos nos preparar para o inevitável “adeus” que está se aproximando, mas enquanto isso devemos aproveitar ao máximo estes últimos momentos , pois cada vez que D’Alessandro pisa nos gramados, vemos mais um capítulo da história colorada diante dos nossos olhos. Não é todo dia que podemos ver uma lenda defender o clube que amamos, por isso, nós colorados, devemos ser gratos por termos este privilégio.
Gracias D’Ale!
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